quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
OFICINA DE FILOSOFIA 50 Questões do ENEM- com conteúdo de FILOSOFIA 2009-2012
OFICINA DE FILOSOFIA
50 Questões do ENEM-
com conteúdo de FILOSOFIA 2009-2012
http://oficinadefilosofia.com
QUESTÃO 1
ENEM 2012
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade.
Esclarecimento, no sentido empregado
por Kant, representa
A- a reivindicação de autonomia da
capacidade racional como expressão da maioridade.
B- o exercício da racionalidade
como pressuposto menor diante das verdades eternas.
C- a imposição de verdades
matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.
D- a compreensão de verdades
religiosas que libertam o homem da falta de entendimento.
E- a emancipação da subjetividade
humana de ideologias produzidas pela própria razão.
QUESTÃO 2
ENEM 2012
Texto I
O que vemos no país é uma espécie
de espraiamento e a manifestação da agressividade através da
violência. Isso se desdobra de maneira evidente na criminalidade,
que está presente em todos os redutos-seja nas áreas abandonadas
pelo poder público, seja na política ou no futebol. O brasileiro
não é mais violento do que outros povos, mas a fragilidade do
exercício e do reconhecimento da cidadania e a ausência do Estado
em vários territórios do país se impõem como um caldo de cultura
no qual a agressividade e a violência fincam suas raízes.
Entrevista com Joel Birman. A Corrupção é um crime sem rosto. Isto
É. Edição 2099, 3 fev. 2010.
Texto II
Nenhuma sociedade pode sobreviver
sem canalizar as pulsões e emoções do indivíduo, sem um controle
muito específico de seu comportamento. Nenhum controle desse tipo é
possível sem que as pessoas anteponham limitações umas às outras,
e todas as limitações são convertidas, na pessoa a quem são
impostas, em medo de um ou outro tipo. ELIAS, N. O Processo
Civilizador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1993.
Considerando-se a dinâmica do
processo civilizador, tal como descrito no Texto II, O argumento do
Texto I acerca da violência e agressividade na sociedade brasileira
expressa a
A incompatibilidade entre os modos
democráticos de convívio social e a presença de aparatos de
controle policial.
B manutenção de práticas
repressivas herdadas dos períodos ditatoriais sob a forma de leis e
atos administrativos.
C inabilidade das forças militares
em conter a violência decorrente das ondas migratórias nas grandes
cidades brasileiras.
D dificuldade histórica da
sociedade brasileira em institucionalizar formas de controle social
compatíveis com valores democráticos.
E incapacidade das instituições
político-legislativas em formular mecanismos de controle social
específicos à realidade social brasileira.
QUESTÃO 3
ENEM 2012
Nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça. KING Jr., M. L. Eu tenho um sonho, 28 ago. 1963. O cenário vivenciado pela população negra, no sul dos Estados Unidos nos anos 1950, conduziu à mobilização social.
Nessa época, surgiram
reivindicações que tinham como expoente Martin Luther King e
objetivavam.
A- a conquista de direitos civis
para a população negra.
B- o apoio aos atos violentos
patrocinados pelos negros em espaço urbano.
C- a supremacia das instituições
religiosas em meio à comunidade negra sulista.
D- a incorporação dos negros no
mercado de trabalho.
E- a aceitação da cultura negra
como representante do modo de vida americano
QUESTÃO 4
ENEM 2012
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que são independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado). A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito
A- ao status de cidadania que o
indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.
B- ao condicionamento da liberdade
dos cidadãos à conformidade às leis.
C- à possibilidade de o cidadão
participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
D- ao livre-arbítrio do cidadão
em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das
conseqüências.
E- ao direito do cidadão exercer
sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
QUESTÃO 5
ENEM 2012
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das idéias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012. O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Idéias de Platão (427 a.C. 346 a.C.).
De acordo com o texto, como Platão
se situa diante dessa relação?
A- Estabelecendo um abismo
intransponível entre as duas.
B- Privilegiando os sentidos e
subordinando o conhecimento a eles.
C- Atendo-se à posição de
Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
D- Afirmando que a razão é capaz
de gerar conhecimento, mas a sensação não.
E- Rejeitando a posição de
Parmênides de que a sensação é superior à razão.
QUESTÃO 6
ENEM 2012
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o
ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e
existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando
o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são
ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por filtragem e,
ainda mais condensado, transformam-se em água. A água, quando mais
condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo
possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia
grega. Rio de Janeiro: PUC - Rio, 2006 (adaptado).
TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval,
escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no
princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos
apresentam, em face desta concepção, as especulações
contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou
de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos
átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão impressão de
quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.” GILSON, E. BOEHNER,
P. Historia da Filosofia Crista. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para
explicar a origem do universo, a partir de uma explicação
racional.
As teses de Anaxímenes, filósofo
grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na
sua fundamentação teorias que
A- eram baseadas nas ciências da
natureza.
B- refutavam as teorias de
filósofos da religião.
C- tinham origem nos mitos das
civilizações antigas.
D- postulavam um princípio
originário para o mundo.
E- defendiam que Deus é o
princípio de todas as coisas.
QUESTÃO 7
ENEM 2012
TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os
sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar
inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R.
Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma
suspeita de que uma idéia esteja sendo empregada sem nenhum
significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva
esta suposta idéia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer
impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: UNESP,
2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se
posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação
dos excertos permite assumir que Descartes e Hume
A- defendem os sentidos como
critério originário para considerar um conhecimento legítimo.
B- entendem que é desnecessário
suspeitar do significado de uma idéia na reflexão filosófica e
crítica.
C- são legítimos representantes
do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
D- concordam que conhecimento
humano é impossível em relação às idéias e aos sentidos.
E- atribuem diferentes lugares ao
papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.
QUESTÃO 8
ENEM 2012
Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe Brasília: EDUNB, 1979 (adaptado).
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu
sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor
demonstra
A- o vínculo entre o seu
pensamento político e o humanismo renascentista ao valorizar a
interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
B- rejeitar a intervenção do
acaso nos processos políticos.
C- afirmar a confiança na razão
autônoma como fundamento da ação humana.
D- romper com a tradição que
valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
E- redefinir a ação política com
base na unidade entre fé e razão.
QUESTÃO 9
ENEM 2012
Na regulação de matérias culturalmente delicadas, como, por exemplo, a linguagem oficial, os currículos da educação pública, o status das Igrejas e das comunidades religiosas, as normas do direito penal (por exemplo, quanto ao aborto), mas também em assuntos menos chamativos, como, por exemplo, a posição da família e dos consórcios semelhantes ao matrimônio, a aceitação de normas de segurança ou a delimitação das esferas pública e privada em tudo isso se reflete amiúde apenas o auto-entendimentos ético-político de uma cultura majoritária, dominante por motivos históricos. Por causa de tais regras, implicitamente repressivas, mesmo dentro de uma comunidade republicana que garanta formalmente a igualdade de direitos para todos, pode eclodir um conflito cultural movido pelas minorias desprezadas contra a cultura da maioria. HABERMAS, J.
A inclusão do outro: estudos de
teoria política. São Paulo: Loyola, 2002.
A reivindicação dos direitos
culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo
nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança
A a secessão, pela qual a minoria
discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua
concentração espacial, num tipo de independência acional.
B a reunificação da sociedade que
se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas,
confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma
cultura política nacional.
C a coexistência das diferenças,
considerando a possibilidade de os discursos de auto entendimento se
submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à
coerção do melhor argumento.
D a autonomia dos indivíduos que,
ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das
tradições de suas origens em nome da harmonia da política
nacional.
E o desaparecimento de quaisquer
limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções
de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada.
QUESTÃO 10
ENEM 2012
Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferente dos designados por ele próprio. Que é indispensável convocar com freqüência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar leis. No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em:
A Redução da influência do papa
Teocracia.
B Limitação do poder do soberano
Absolutismo.
C Ampliação da dominação da
nobreza República.
D Expansão da força do presidente
Parlamentarismo.
E Restrição da competência do
congresso Presidencialismo.
QUESTÃO 11
ENEM 2012
Texto do Cartaz: “Amor e não guerra” Foto de Jovens em protesto contra a Guerra do Vietnã. Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra, movimentos como o Maio de 1968 ou a campanha contra a Guerra do Vietnã culminaram no estabelecimento de diferentes formas de participação política. Seus slogans, tais como “Quando penso em revolução quero fazer amor”, se tornaram símbolos da agitação cultural nos anos 1960, cuja inovação relacionava-se
A à contestação da crise
econômica européia, que fora provocada pela manutenção das
guerras coloniais.
B à organização partidária da
juventude comunista, visando o estabelecimento da ditadura do
proletariado.
C à unificação das noções de
libertação social e libertação individual, fornecendo um
significado político ao uso do corpo.
D à defesa do amor cristão e
monogâmico, com fins à reprodução, que era tomado como solução
para os conflitos sociais.
E ao reconhecimento da cultura das
gerações passadas, que conviveram com a emergência do rock e
outras mudanças nos costumes.
QUESTÃO 12
ENEM 2012
Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a distorção da imagem corporal, gerando gordos que se vêem magros e magros que se vêem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se vêem “distorcidos”. Engordamos quando somos gulosos. É pecado da gula que controla a relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para emagrecer é preciso fazer as pazes com a dita cuja, visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta. FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-requisito.
O texto apresenta um discurso de
disciplinarização dos corpos, que tem como conseqüência
A a ampliação dos tratamentos
médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.
B a democratização do padrão de
beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.
C o controle do consumo,
impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.
D a culpabilização individual,
associando obesidade à fraqueza de caráter.
E o aumento da longevidade,
resultando no crescimento populacional.
QUESTÃO 13
ENEM 2011
No mundo árabe, países governados ha décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% tem acesso a internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma serie de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais como o Facebook e o Twitter ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico. SEQUEIRA, C. D; VILLAMEA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando os movimentos
políticos mencionados no texto, o acesso a internet permitiu aos
jovens árabes
A reforçar a atuação dos regimes
políticos existentes.
B tomar conhecimento dos fatos sem
se envolver.
C manter o distanciamento
necessário a sua segurança.
D disseminar vírus capazes de
destruir programas dos computadores.
E difundir idéias revolucionaria
que mobilizaram a população.
QUESTÃO 14
ENEM 2011
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se os pais fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto). FRAGA, P. Ninguém e inocente. Folha de S. Paulo. 4 out. 2009 (adaptado).
O distanciamento entre “reconhecer”
e “cumprir” efetivamente o que e moral constitui uma ambigüidade
inerente ao humano, porque as normas morais são
A decorrentes da vontade divina e,
por esse motivo, utópicas.
B parâmetros idealizados, cujo
cumprimento e destituído de obrigação.
C amplas e vão calémda capacidade
de o individuo conseguir cumpri-las integralmente.
D criadas pelo homem, que concede a
si mesmo a lei a qual deve se submeter.
E cumpridas por aqueles que se
dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.
QUESTÃO 15
ENEM 2011
Na década de 1990, os movimentos sociais camponeses e as ONGs tiveram destaque, ao lado de outros sujeitos coletivos. Na sociedade brasileira, a ação dos movimentos sociais vem construindo lentamente um conjunto de praticas democrático no interior das escolas, das comunidades, dos grupos organizados e na interface da sociedade civil com o Estado. O dialogo, o confronto e o conflito têm sido os motores no processo de construção democrática. SOUZA, M. A. Movimentos sociais no Brasil contemporâneo: participação e possibilidades das praticas democráticas.
Segundo o texto, os movimentos
sociais contribuem para o processo de construção democrática, por
quê?
A determinam o papel do Estado nas
transformações socioeconômicas.
B aumentam o clima de tensão
social na sociedade civil.
C pressionam o Estado para o
atendimento das demandas da sociedade.
D privilegiam determinadas parcelas
da sociedade em detrimento das demais.
E propiciam a adoção de valores
éticos pelos órgãos do Estado.
QUESTÃO 16
ENEM 2011
Embora o Brasil seja signatário de convenções e tratados internacionais contra a tortura e tenha incorporado em seu ordenamento jurídico uma lei tipificando o crime, ele continua a ocorrer em tortura esteja vigente desde 1997, ate o ano 2000 não se conhece nenhum caso de condenação de torturadores julgado em ultima instancia, embora tenham sido registrados nesse período centenas de casos, além de numerosos outros presumíveis, mas não registrados.
O texto destaca a questão da
tortura nos pais, apontando que
A a justiça brasileira, por meio
de tratados e leis, tem conseguido inibir e, inclusive, extinguir a
pratica da tortura.
B a existência da lei não basta
como garantia de justiça para as vitimas e testemunhas dos casos de
tortura.
C as denúncias anônimas
dificultam a ação da justiça, impedindo que torturadores sejam
reconhecidos e identificados pelo crime cometido.
D a falta de registro da tortura
por parte das autoridades policiais, em razão do desconhecimento da
tortura como crime, legitima a impunidade.
E a justiça tem esbarrado na
precária existência de jurisprudência a respeito da tortura, o
que a impede de atuar nesses casos.
QUESTÃO 17
ENEM 2011
TEXTO I
A ação democrática consiste em
todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá
conseqüência na vida de toda coletividade. GALLO, S. ET AL Ética
e Cidadania Caminhos da Filosofia.
TEXTO II
E necessário que haja liberdade de expressão, Fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população as informações trazidas a publico pela imprensa.
Partindo da perspectiva de
democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de
acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
A orientarem os cidadãos na compra
dos bens necessários a sua sobrevivência e bem-estar.
B fornecerem informações que
fomentam o debate político na esfera publica.
C apresentarem aos cidadãos a
versão oficial dos fatos.
D propiciarem o entretenimento,
aspecto relevante para conscientização política.
E promoverem a unidade cultural,
por meio das transmissões esportivas.
QUESTÃO 18
ENEM 2011
Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motivações: no poder tradicional, o motivo da obediência e a crença na sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da obediência deriva da crença na racionalidade do comportamento conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes extraordinários do chefe. BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da política.
O texto apresenta três tipos de
poder que podem ser identificados em momentos históricos distintos.
Identifique o período em que a obediência esteve associada
predominantemente ao poder carismático:
A Republica Federalista
Norte-Americana.
B Republica Fascista Italiana no
século XX.
C Monarquia Teocrática do Egito
Antigo.
D Monarquia Absoluta Francesa no
século XVII.
E Monarquia Constitucional
Brasileira no século XIX.
QUESTÃO 19
ENEM 2011
A Lei 10.639, de nove de janeiro de 2003, inclui no currículo dos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, a obrigatoriedade do ensino sobre Historia e Cultura Afro-Brasileira e determina que o conteúdo programático inclua o estudo da Historia da África e dos africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes a Historia do Brasil, além de instituir, no calendário escolar, o dia 20 de novembro como data comemorativa do “Dia da Consciência Negra”.
A referida lei representa um avanço
não só para a educação nacional, mas também para a sociedade
brasileira, por que.
A legitima o ensino das ciências
humanas nas escolas.
B divulga conhecimentos para a
população afro-brasileira.
C reforça a concepção
etnocêntrica sobre a África e sua cultura.
D garante ao afro descendente a
igualdade no acesso a educação.
E impulsiona o reconhecimento da
pluralidade étnico racial do país.
QUESTÃO 20
ENEM 2010
A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da União Européia, mas também da unidade e da identidade da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas douradas representa a solidariedade e a harmonia entre os povos da Europa.
A que se pode atribuir a
contradição intrínseca entre o que propõe a bandeira da Europa e
o cotidiano vivenciado pelas nações integrantes da União
Européia?
A Ao contexto da década de 1930,
no qual a bandeira foi forjada e em que se pretendia a fraternidade
entre os povos traumatizados pela Primeira Guerra Mundial.
B Ao fato de que o ideal de
equilíbrio implícito na Bandeira nem sempre se coaduna com os
conflitos e rivalidades regionais tradicionais.
C Ao fato de que Alemanha e Itália
ainda são vistas com desconfiança por Inglaterra e França mesmo
após décadas do final da Segunda
Guerra Mundial.
D Ao fato de que a bandeira foi
concebida por portugueses e espanhóis, que possuem uma convivência
mais harmônica do que as demais nações européias.
E Ao fato de que a bandeira
representa as aspirações religiosas dos países de vocação
católica, contrapondo-se ao cotidiano das nações protestantes.
QUESTÃO 21
ENEM 2010
O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidade da mobilização permanente. Hobsbawm, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.
No texto, analisa-se o impacto das
Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe
operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução
Francesa era originária do significado da vitória revolucionária
sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização
permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da
compreensão de que
A a competitividade do trabalho
industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o
enfrentamento do desemprego.
B a completa transformação da
economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos
operários.
C a introdução das máquinas no
processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material
para os operários.
D o progresso tecnológico geraria
a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados
aos novos tempos industriais.
E a melhoria das condições de
vida dos operários seria conquistada com as manifestações
coletivas em favor dos direitos trabalhistas.
QUESTÃO 22
ENEM 2010
A Convenção da ONU sobre Direitos das Pessoas com Deficiências, realizada, em 2006, em Nova York, teve como objetivo melhorar a vida da população de 650 milhões de pessoas com deficiência em todo o mundo. Dessa convenção foi elaborado e acordado, entre os países das Nações Unidas, um tratado internacional para garantir mais direitos a esse público. Entidades ligadas aos direitos das pessoas com Deficiência acreditam que, para o Brasil, a ratificação do tratado pode significar avanços na implementação de leis no país.
No Brasil, as políticas públicas
de inclusão social apontam para o discurso, tanto da parte do
governo quanto da iniciativa privada, sobre a efetivação da
cidadania. Nesse sentido, a temática da inclusão social de pessoas
com deficiência
A vem sendo combatida por diversos
grupos sociais, em virtude dos elevados custos para a adaptação e
manutenção de prédios e equipamentos públicos.
B está assumindo o status de
política pública bem como representa um diferencial positivo de
marketing institucional.
C reflete prática que viabiliza
políticas compensatórias voltadas somente para as pessoas desse
grupo que estão socialmente organizadas.
D associa-se a uma estratégia de
mercado que objetiva Atrair consumidores com algum tipo de
deficiência, embora esteja descolada das metas da globalização.
E representa preocupação isolada,
visto que o Estado ainda as discrimina e não lhes possibilita meios
de integração à sociedade sob a ótica econômica.
QUESTÃO 23
ENEM 2010
DEBRET, J. B.; SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida privada na América Portuguesa, v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. A imagem retrata uma cena da vida cotidiana dos escravos urbanos no início do século XIX. Lembrando que as atividades desempenhadas por esses trabalhadores eram diversas, os escravos de aluguel representados na pintura
A vendiam a produção da lavoura
cafeeira para os moradores das cidades.
B trabalhavam nas casas de seus senhores e
acompanhavam as donzelas na rua.
C realizavam trabalhos temporários em troca de
pagamento para os seus senhores.
D eram autônomos, sendo contratados por outros
senhores para realizarem atividades comerciais.
E aguardavam a sua própria venda após
desembarcarem no porto.
QUESTÃO 24
ENEM 2010
Chegança Sou Pataxó, Sou Xavante e Carriri, Ianomâmi, sou Tupi Guarani, sou Carajá.
Sou Pancaruru, Carijó, Tupinajé,
Sou Potiguar, sou Caeté, Ful-ni-ô, Tupinambá. Eu atraquei num
porto muito seguro, Céu azul, paz e ar puro... Botei as pernas pro
ar. Logo sonhei que estava no paraíso, Onde nem era preciso dormir
para sonhar. Mas de repente me acordei com a surpresa: Uma esquadra
portuguesa veio na praia atracar. Da grande-nau, Um branco de barba
escura, Vestindo uma armadura me apontou pra me pegar. E assustado
dei um pulo da rede, Pressenti a fome, a sede, Eu pensei: “vão me
acabar”. Levantei-me de Borduna já na mão. Aí, senti no
coração, O Brasil vai começar. NÓBREGA, A.; FREIRE, W. CD
Pernambuco falando para o mundo, 1998.
A letra da canção apresenta um
tema recorrente na história da colonização brasileira, as
relações de poder entre portugueses e povos nativos, e representa
uma crítica à idéia presente no chamado mito
A da democracia racial, originado
das relações cordiais estabelecidas entre portugueses e nativos no
período anterior ao início da colonização brasileira.
B da cordialidade brasileira,
advinda da forma como os povos nativos se associaram economicamente
aos portugueses, participando dos negócios coloniais açucareiros.
C do brasileiro receptivo, oriundo
da facilidade com que os nativos brasileiros aceitaram as regras
impostas pelo colonizador, o que garantiu o sucesso da colonização.
D da natural miscigenação,
resultante da forma como a metrópole incentivou a união entre
colonos, ex-escravas e nativas para acelerar o povoamento da
colônia.
E do encontro, que identifica a
colonização portuguesa como pacífica em função das relações
de troca estabelecidas nos primeiros contatos entre portugueses e
nativos.
QUESTÃO 25
ENEM 2010
Ó sublime pergaminho Libertação geral A princesa chorou ao receber A rosa de ouro papal Uma chuva de flores cobriu o salão E o negro jornalista De joelhos beijou a sua mão Uma voz na varanda do paço ecoou: “Meu Deus, meu Deus Está extinta a escravidão” MELODIA, Z; RUSSO, N; MADRUGADA, C. pergaminho
O samba-enredo de 1968 reflete e
reforça uma concepção acerca do fim da escravidão ainda viva em
nossa memória, mas que não encontra respaldo nos estudos
históricos mais recentes. Nessa concepção ultrapassada, a
abolição é apresentada como
A conquista dos trabalhadores
urbanos livres, que demandavam a redução da jornada de trabalho.
B concessão do governo, que
ofereceu benefícios aos negros, sem consideração pelas lutas de
escravos e abolicionistas.
C ruptura na estrutura
socioeconômica do país, sendo responsável pela otimização da
inclusão social dos libertos.
D fruto de um pacto social, uma vez
que agradaria os agentes históricos envolvidos na questão:
fazendeiros, governo e escravos.
E forma de inclusão social, uma
vez que a abolição possibilitaria a concretização de direitos
civis e sociais para os negros.
QUESTÃO 26
ENEM 2010
Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes autores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, o bem e o mal foram tratados. Nessas peças, os grandes personagens falavam em verso e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios aprenderam com os jesuítas a representar peças de caráter religioso.
Esses fatos são exemplos de que,
em diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma
A de manipulação do povo pelo
poder, que controla o teatro.
B de diversão e de expressão dos
valores e problemas da sociedade.
C de entretenimento popular, que se
esgota na sua função de distrair.
D de manipulação do povo pelos
intelectuais que compõem as peças.
E de entretenimento, que foi
superada e hoje é substituída pela televisão.
QUESTÃO 27
ENEM 2010
A ética exige um governo que amplie a igualdade entre os cidadãos. Essa é à base da pátria. Sem ela, muitos indivíduos não se sentem “em casa”, experimentam se como estrangeiros em seu próprio lugar de nascimento. SILVA, R. R. Ética, defesa nacional, cooperação dos povos. OLIVEIRA, E. R (Org.) Segurança & defesa nacional: da competição à cooperação regional. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 2007 (adaptado). Os pressupostos éticos são essenciais para a estruturação política e integração de indivíduos em uma sociedade. De acordo com o texto, a ética corresponde a
A valores e costumes partilhados
pela maioria da sociedade.
B preceitos normativos impostos
pela coação das leis jurídicas.
C normas determinadas pelo governo,
diferentes das leis estrangeiras.
D transferência dos valores
praticados em casa para a esfera social.
E proibição da interferência de
estrangeiros em nossa pátria.
QUESTÃO 28
ENEM 2010
Dali avistou homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito. Eram pardos, todos nus. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios. CAMINHA, P. V. Carta. RIBEIRO, D. ET al. Viagem pela história do Brasil: documentos. O texto é parte da famosa Carta de Pero Vaz de Caminha, documento fundamental para a formação da identidade brasileira.
Tratando da relação que, desde esse primeiro contato, se estabeleceu entre portugueses e indígenas, esse trecho da carta revela a
A preocupação em garantir a
integridade do colonizador diante da resistência dos índios à
ocupação da terra.
B postura etnocêntrica do europeu
diante das características físicas e práticas culturais do
indígena.
C orientação da política da
Coroa Portuguesa quanto à utilização dos nativos como mão de
obra para colonizar a nova terra.
D oposição de interesses entre
portugueses e índios, que dificultava o trabalho catequético e
exigia amplos recursos para a defesa da posse da nova terra.
E abundância da terra descoberta,
o que possibilitou a sua incorporação aos interesses-me recantes
portugueses, por meio da exploração econômica dos índios.
QUESTÃO 29
ENEM 2010
No século XX, o transporte rodoviário e a aviação civil aceleraram o intercâmbio de pessoas e mercadorias, fazendo com que as distâncias e a percepção subjetiva das mesmas se reduzissem constantemente. É possível apontar uma tendência de universalização em vários campos
Por exemplo, na globalização da
economia, no armamentismo nuclear, na manipulação genética, entre
outros. HABERMAS, J. A constelação pós-nacional: ensaios
políticos. São Paulo: Littera Mundi, 2001 (adaptado). Os impactos
e efeitos dessa universalização, conforme Descritos no texto podem
ser analisados do ponto de vista moral, o que leva à defesa da
criação de normas universais que estejam de acordo com
A os valores culturais praticados
pelos diferentes povos em suas tradições e costumes locais.
B os pactos assinados pelos grandes
líderes políticos, os quais dispõem de condições para tomar
decisões.
C os sentimentos de respeito e fé
no cumprimento de valores religiosos relativos à justiça divina.
D os sistemas políticos e seus
processos consensuais e democráticos de formação de normas
gerais.
E os imperativos
técnico-científicos, que determinam com exatidão o grau de
justiça das normas.
QUESTÃO 30
ENEM 2010
Ato Institucional nº 5 de 13 de dezembro de 1968 Art. 10 Fica suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular. Art. 11 Excluem-se de qualquer apreciação judicial todos os atos praticados de acordo com este Ato Institucional e seus Atos Complementares, bem como os respectivos efeitos. 29 jul. 2010. O Ato Institucional nº 5 é considerado por muitos autores um “golpe dentro do golpe”.
Nos artigos do AI-5 selecionados, o
governo militar procurou limitar a atuação do Poder Judiciário,
porque isso significava
A a substituição da Constituição
de 1967.
B o início do processo de
distensão política.
C a garantia legal para o
autoritarismo dos juízes.
D a ampliação dos poderes nas
mãos do Executivo.
E a revogação dos instrumentos
jurídicos implantados durante o golpe de 1964.
QUESTÃO 31
ENEM 2010
Alexandria começou a ser construída em 332 a. C. por Alexandre, o Grande, e, em poucos anos, tornou-se um pólo de estudos sobre matemática, filosofia e ciência gregas. Meio século mais tarde, Ptolomeu II ergueu uma enorme biblioteca e um museu que funcionou como centro de pesquisa. A biblioteca reuniu entre 200 mil e 500 mil papiros e, com o museu, transformou a cidade no maior núcleo intelectual da época, especialmente entre os anos 290 e 88 a.C. A partir de então, sofreu sucessivos ataques de romanos, cristãos e árabes, o que resultou na destruição ou perda de quase todo o seu acervo. RIBEIRO, F. Aventuras na história. São Paulo: Abril. Ed. 81, abr. 2010 (adaptado).
A biblioteca de Alexandria exerceu
durante certo tempo um papel fundamental para a produção do
conhecimento e memória das civilizações antigas, por que
A eternizou o nome de Alexandre, o
Grande, e zelou pelas narrativas dos seus grandes feitos.
B funcionou como um centro de
pesquisa acadêmica e deu origem às universidades modernas.
C preservou o legado da cultura
grega em diferentes áreas do conhecimento e permitiu sua
transmissão a outros povos.
D transformou a cidade de
Alexandria no centro urbano mais importante da Antiguidade.
E reuniu os principais registros
arqueológicos até então existentes e fez avançar a musicologia
antiga.
QUESTÃO 32
ENEM 2010
Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na qual o filho mataria o pai e se casaria com a mãe. Para evitá-la, ordenaram a um criado que matasse o menino. Porém, penalizado com a sorte de Édipo, ele o entregou a um casal de camponeses que morava longe de Tebas para que o criasse. Édipo soube da profecia quando se tornou adulto. Saiu então da casa de seus pais para evitar a tragédia. Eis que, perambulando pelos caminhos da Grécia, encontrou-se com Laio e seu séquito, que, insolentemente, ordenou que saísse da estrada. Édipo reagiu e matou todos os integrantes do grupo, sem saber que entre eles estava seu verdadeiro pai. Continuou a viagem até chegar a Tebas, dominada por uma Esfinge. Ele decifrou o enigma da Esfinge, tornou-se rei de Tebas e casou-se com a rainha, Jocasta, a mãe que desconhecia. No mito Édipo Rei, é digno de destaque os temas do destino e do determinismo. Ambos são características do mito grego e abordam a relação entre liberdade humana e providência divina.
A expressão filosófica que toma
como pressuposta a tese do determinismo é:
A “Nasci para satisfazer a
grande necessidade que eu tinha de mim mesmo.” Jean Paul Sartre“
B “Ter fé é assinar uma folha
em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser.” Santo
Agostinho
C “Quem não tem medo da vida
também não tem medo da morte.” Arthur Schopenhauer
D “Não me pergunte quem sou eu e
não me diga para permanecer o mesmo”. Michel Foucault
E “O homem, em seu orgulho, criou
a Deus a sua imagem e semelhança”. Friedrich Nietzsche
QUESTÃO 33
ENEM 2010
O artigo 402 do Código penal Brasileiro de 1890 dizia: Fazer nas ruas e praças públicas exercícios de agilidade e destreza corporal, conhecidos pela denominação de capoeiragem: andar em correrias, com armas ou instrumentos capazes de produzir uma lesão corporal, provocando tumulto ou desordens. Pena: Prisão de dois a seis meses. A Negregada instituição: as capoeiras no Rio de Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de Cultura, 1994 (adaptado).
O artigo do primeiro Código Penal
Republicano naturaliza medidas socialmente excludentes. Nesse
contexto, tal regulamento expressava
A a manutenção de parte da
legislação do Império com vistas ao controle da criminalidade
urbana.
B a defesa do retorno do cativeiro
e escravidão pelos primeiros governos do período republicano.
C o caráter disciplinador de uma
sociedade industrializada, desejosa de um equilíbrio entre
progresso e civilização.
D a criminalização de práticas
culturais e a persistência de valores que vinculavam certos grupos
ao passado de escravidão.
E o poder do regime escravista, que
mantinha os negros como categoria social inferior, discriminada e
segregada.
QUESTÃO 34
ENEM 2010
A política foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem. VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996. Nessa definição o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo, caracterizado por uma democracia incompleta.
Considerando o texto, qual é o
elemento comum a esses dois momentos da história política?
A A distribuição equilibrada do
poder.
B O impedimento da participação
popular.
C O controle das decisões por uma
minoria.
D A valorização das opiniões
mais competentes.
E A sistematização dos processos
decisórios.
QUESTÃO 35
ENEM 2010
O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2009. No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a Monarquia e a função do governante.
A manutenção da ordem social,
segundo esse autor, baseava-se na
A inércia do julgamento de crimes
polêmicos.
B bondade em relação ao
comportamento dos mercenários.
C compaixão quanto à condenação
dos servos
D neutralidade diante da condenação
dos servos.
E conveniência entre o poder
tirânico e a moral do príncipe
QUESTÃO 36
ENEM 2010
A lei não nasce da natureza, junto das fontes freqüentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo. FOUCAULT, Michel. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social.
Com base na reflexão de Foucault,
a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é
A combater ações violentas na guerra entre as
nações.
B coagir e servir para refrear a agressividade
humana.
C criar limites entre a guerra e a paz praticadas
entre os indivíduos de uma mesma nação.
D estabelecer princípios éticos que
regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.
E organizar as relações de poder na sociedade e
entre os Estados.
QUESTÃO 37
ENEM 2010
Opinião Podem me prender Podem me bater Podem até deixar-me sem comer Que eu não mudo de opinião. Aqui do morro eu não saio não Aqui do morro eu não saio não. Se não tem água Eu furo um poço Se não tem carne Eu compro um osso e ponho na sopa E deixa andar, deixa andar. Fale de mim Quem quiser falar Aqui eu não pago aluguel Se eu morrer amanhã seu doutor, Estou pertinho do céu (Zé Ketti. Opinião.Essa música fez parte de um importante espetáculo teatral que estreou no ano de 1964, no Rio de Janeiro. O papel exercido pela Música Popular Brasileira (MPB) nesse contexto, evidenciado pela letra de música citada, foi o de
A entretenimento para os grupos
intelectuais.
B valorização do progresso
econômico do país.
C crítica à passividade dos
setores populares.
D denúncia da situação social e
política do país.
E mobilização dos setores que
apoiavam a
Ditadura Militar.
QUESTÃO 38
ENEM 2010
A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque é produto da relação social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para o exercício de um pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é também uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza dos valores sociais para organizar também uma nova prática política. CORDI et al. Para filosofar.O Século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade.
Sob esse enfoque e a partir do
texto, a ética pode ser
A compreendida como instrumento de
garantia da cidadania, porque através dela os cidadãos passam a
pensar e agir de acordo com valores coletivos.
B mecanismo de criação de
direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e
virtuoso.
C meio para resolver os conflitos
sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento
do que é efetivamente a ética, a política internacional se
realiza.
D parâmetro para assegurar o
exercício político primando pelos interesses e ação privada dos
cidadãos.
E aceitação de valores universais
implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação a
outras sociedades.
QUESTÃO 39
ENEM 2010
“Pecado nefando” era expressão correntemente utilizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandos: o que não pode ser dito. A Assembléia de clérigos reunida em Salvador, em 1707, considerou a sodomia “tão péssimo e horrendo crime”, tão contrário à lei da natureza, que “era indigno de ser nomeado” e, por isso mesmo, nefando. O número de homossexuais assassinados no Brasil bateu o recorde histórico em 2009. De acordo com o Relatório Anual de Assassinato de Homossexuais (LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados 195 mortos por motivação homofônica no País. A homofobia é a rejeição e menosprezo à orientação sexual do outro e, muitas vezes, se expressa sob a forma de comportamentos violentos.
Os textos indicam que as
condenações públicas, perseguições e assassinatos de
homossexuais no país estão associados
A à baixa representatividade política de grupos
organizados que defendem os direitos de cidadania dos homossexuais.
B à falência da democracia no
país, que torna impeditiva a divulgação de estatísticas
relacionadas à violência contra homossexuais.
C à Constituição de 1988, que
exclui do tecido social os homossexuais, além de impedi-los de
exercer seus direitos políticos.
D a um passado histórico marcado
pela demonização do corpo e por formas recorrentes de tabus e
intolerância.
E a uma política eugênica
desenvolvida pelo Estado, justificada a partir dos posicionamentos
de correntes filosófico-científica
QUESTÃO 40
ENEM 2010
Judiciário contribuiu com ditadura no Chile, diz Juiz Guzmán Tapia As cortes de apelação rejeitaram mais de 10 mil habeas corpus nos casos das pessoas desaparecidas. Nos tribunais militares, todas as causas foram concluídas com suspensões temporárias ou definitivas, e os desaparecimentos políticos tiveram apenas trâmite formal na Justiça. Assim, o Poder Judiciário contribuiu para que os agentes estatais ficassem impunes.
Segundo o texto, durante a ditadura
chilena na década de 1970, a relação entre o poder Executivo e
Judiciário caracterizava-se pela
A preservação da autonomia
institucional entre os poderes.
B valorização da atuação
independente de alguns juízes.
C manutenção da interferência
jurídica nos atos executivos.
D transferência das funções dos
juízes para o chefe de Estado.
E subordinação do poder
judiciário aos interesses políticos dominantes
QUESTÃO 41
ENEM 2010
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com apolítica, entendida esta como a área de avaliação dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si. (SEVERINO. A. J. Filosofia)
O texto, ao evocar a dimensão
histórica do processo deformação da ética na sociedade
contemporânea, ressalta
A os conteúdos éticos decorrentes
das ideologias político-partidárias.
B o valor da ação humana derivada
de preceitos metafísicos.
C a sistematização de valores
desassociados da cultura.
D o sentido coletivo e político
das ações humanas individuais.
E o julgamento da ação ética
pelos políticos eleitos democraticamente
QUESTÃO 42
ENEM 2010
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991. Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos cidadãos.” JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
Uma suposta “vacina” contra o
despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo
A impedir a contratação de
familiares para o serviço público.
B reduzir a ação das instituições
constitucionais.
C combater a distribuição
equilibrada de poder.
D evitar a escolha de governantes
autoritários.
E restringir a atuação do
Parlamento.
QUESTÃO 43
ENEM 2009
A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo.
Um exemplo acerca do que está
exposto no texto acima é
A a associação que Hitler
estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico.
B o retorno dos valores cristãos
medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II.
C a luta dos negros sul-africanos
contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos.
D o fortalecimento político de
Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que
tivera Carlos Magno.
E a tradição heróica da
cavalaria medieval, que foi afetada negativamente pelas produções
cinematográficas de Hollywood.
QUESTÃO 44
ENEM 2009
Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de idéias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal.
A atuação desses movimentos
juvenis caracterizava-se
A pelo sectarismo e pela forma
violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime.
B pelas propostas de
conscientização da população acerca dos seus direitos como
cidadãos.
C pela promoção de um modo de
vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir.
D pelo diálogo, ao organizar
debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças
conservadoras.
E pelos métodos políticos
populistas e pela organização de comícios multitudinários.
QUESTÃO 45
ENEM 2009
Os Yanomami constituem uma sociedade indígena do norte da Amazônia e formam um amplo conjunto lingüístico e cultural. Para os Yanomami, urihi, a “terra floresta”,não é um mero cenário inerte, objeto de exploração econômica, e sim uma entidade viva, animada por uma dinâmica de trocas entre os diversos seres que a povoam. A floresta possui um sopro vital, wixia, que é muito longo. Se não a desmatarmos, ela não morrerá. Ela não se decompõe, isto é, não se desfaz. É graças ao seu sopro úmido que as plantas crescem. A floresta não está morta, pois, se fosse assim, as florestas não teriam folhas. Tampouco se veria água. Segundo os Yanomami, se os brancos os fizerem desaparecer para desmatá-la e morar no seu lugar, ficarão pobres e acabarão tendo fome e sede. ALBERT, B. Yanomami, o espírito da floresta. Almanaque Brasil Socioambiental.
De acordo com o texto, os Yanomami
acreditam que
A a floresta não possui organismos
decompositores.
B o potencial econômico da
floresta deve ser explorado.
C o homem branco convive
harmonicamente com urihi.
D as folhas e a água são menos
importantes para a floresta que seu sopro vital.
E Wixia é a capacidade que tem a
floresta de se sustentar por meio de processos vitais.
QUESTÃO 46
ENEM 2009
Na democracia estado-unidense, os cidadãos são incluídos na sociedade pelo exercício pleno dos direitos políticos e também pela idéia geral de direito de propriedade. Compete ao governo garantir que esse direito não seja violado. Como conseqüência, mesmo aqueles que possuem uma pequena propriedade sentem-se cidadãos de pleno direito.
Na tradição política dos EUA,
uma forma de incluir socialmente os cidadãos é
A submeter o indivíduo à proteção
do governo.
B hierarquizar os indivíduos
segundo suas posses.
C estimular a formação de
propriedades comunais.
D vincular democracia e
possibilidades econômicas individuais.
E defender a obrigação de que
todos os indivíduos tenham propriedades.
QUESTÃO 47
ENEM 2009
Na década de 30 do século XIX, Tocqueville escreveu as seguintes linhas a respeito da moralidade nos EUA: “A opinião pública norte-americana é particularmente dura com a falta de moral, pois esta desvia a atenção frente à busca do bem-estar e prejudica a harmonia doméstica, que é tão essencial ao sucesso dos negócios. Nesse sentido, pode-se dizer que ser casto é uma questão de honra”. TOCQUEVILLE, A. Democracy in America. Chicago: norte americano do seu tempo
A buscavam o êxito, descurando as
virtudes cívicas.
B tinham na vida moral uma garantia
de enriquecimento rápido.
C valorizavam um conceito de honra
dissociado do comportamento ético.
D relacionavam a conduta moral dos
indivíduos com o progresso econômico.
E acreditavam que o comportamento
casto perturbava a harmonia doméstica.
QUESTÃO 48
ENEM 2009
Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra
Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania
A possui uma dimensão histórica
que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de
qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos
cidadãos tem de trabalhar.
B era entendida como uma dignidade
própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção
política profundamente hierarquizada da sociedade.
C estava vinculada, na Grécia
Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos
os habitantes da polis a participarem da vida cívica.
D tinha profundas conexões com a
justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser
dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
E vivida pelos atenienses era, de
fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham
tempo para resolver os problemas da cidade.
QUESTÃO 49
ENEM 2009
A definição de eleitor foi tema de artigos nas Constituições brasileiras de 1891 e de 1934. Diz a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1891: Art. 70. São eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei. A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil de 1934, por sua vez, estabelece que: Art. 180. São eleitores os brasileiros de um e de outro sexo, maiores de 18 anos, que se alistarem na forma da lei.
Ao se comparar os dois artigos, no
que diz respeito ao gênero dos eleitores, depreende-se que
A a Constituição de 1934 avançou
ao reduzir a idade mínima para votar.
B a Constituição de 1891, ao se
referir a cidadãos, referia-se também às mulheres.
C os textos de ambas as Cartas
permitiam que qualquer cidadão fosse eleitor.
D o texto da carta de 1891 já
permitia o voto feminino.
E a Constituição de 1891
considerava eleitores apenas indivíduos do sexo masculino.
QUESTÃO 50
ENEM 2009
No período 750-338 a. C., a Grécia antiga era composta por cidades-Estado, como por exemplo Atenas, Esparta, Tebas, que eram independentes umas das outras, mas partilhavam algumas características culturais, como a língua grega. No centro da Grécia, Delfos era um lugar de culto religioso freqüentado por habitantes de todas as cidades-Estado. No período 1200-1600 d. C., na parte da Amazônia brasileira onde hoje está o Parque Nacional do Xingu, há vestígios de quinze cidades que eram cercadas por muros de madeira e que tinham até dois mil e quinhentos habitantes cada uma. Essas cidades eram ligadas por estradas a centros cerimoniais com grandes praças. Em torno delas havia roças, pomares e tanques para a criação de tartarugas. Aparentemente, epidemias dizimaram grande parte da população que lá vivia. Folha de S. Paulo, ago. 2008 (adaptado).
Apesar das diferenças históricas e geográficas
existentes entre as duas civilizações elas são semelhantes, pois
A as ruínas das cidades
mencionadas atestam que grandes epidemias dizimaram suas populações.
B as cidades do Xingu desenvolveram
a democracia, tal como foi concebida em Tebas.
C as duas civilizações tinham
cidades autônomas e independentes entre si.
D os povos do Xingu falavam uma
mesma língua, tal como nas cidades-Estado da Grécia.
E as cidades do Xingu dedicavam-se
à arte e à filosofia tal como na Grécia.
Simulado ENEM-50
questões de Filosofia
GABARITO
01-A 11-C 21-B 31-C 41-D
02-D 12-D 22-B 32-B 42-D
03-A 13-E 23-C 33-D 43-A
04-B 14-D 24-E 34-C 44-A
05 D 15-C 25-B 35-E 45-E
06 D 16-B 26-B 36-E 46-D
07 E 17-B 27-A 37-D 47-D
08 C 18-B 28-B 38-A 48-B
09-C 19-E 29-D 39-D 49-E
10-B 20-B 30-D 40-E 50-C
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Buscando o conhecimento como ideal
de vida
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
Transcendência Cristã e Imanência Moderna
Transcendência
Cristã e Imanência Moderna
Achamos
a característica específica do pensamento clássico na solução
dualista do problema metafísico. Existem o mundo e Deus, mas são
separados entre si: Deus não conhece, não cria, não governa o
mundo. Tal dualismo não será negado, mas desenvolvido no pensamento
cristão mediante o conceito de criação, em virtude da qual é
ainda afirmada a realidade e a distinção entre o mundo e Deus, mas
Deus é feito criador e regedor do mundo: o mundo não pode ter
explicação a não ser em um Deus que transcende o mundo.
O
pensamento moderno, ao contrário, finaliza em uma concepção
monista-imanentista do mundo e da vida: não somente Deus e o mundo
são a mesma coisa, mas Deus é resolvido num mundo natural e humano.
Conseqüentemente, não se pode mais falar em transcendência de
valores teor éticos e morais, religiosos e políticos, pois "ser"
e "dever ser" são a mesma coisa, o "dever
ser" coincide com o "ser".
É evidente que a passagem da concepção dualista (clássica) à
concepção teísta (cristã) é um desenvolvimento lógico, que se
manifesta especulativamente no desenvolvimento tomista de
Aristóteles. Pelo contrário, a passagem da concepção tradicional,
teísta, à concepção moderna, imanentista, representa teoricamente
uma ruptura.
O
pensamento moderno, todavia, especialmente o pensamento da
Renascença, tem seu precedente lógico no panteísmo neoplatônico,
que - após ter-se afirmado como extrema expressão do pensamento
clássico - permanece através de todo o pensamento cristão em
tentativas mais ou menos ortodoxas de síntese entre cristianismo e
neoplatonismo (Pseudo Dionísio, Scotu Erígena, Mestre Eckart etc.).
E, por outra parte, o pensamento tradicional, helênico-escolástico,
aristotélico-tomista, encontrará nos grandes valores da civilização
moderna (a ciência natural, a técnica, a história, a política)
sua integração lógica.
Não se
julgue demolir a filosofia medieval, a metafísica tomista, opondo à
sua elementar e fantástica ciência da natureza a ciência
moderna com suas grandes aplicações técnicas, pois não é a
ciência natural - capaz apenas de resolver os problemas da vida
material, mas incapaz de resolver os problemas máximos da vida,
espirituais, morais, religiosos - que pode decidir do valor de uma
civilização.
E a
ciência natural da Idade Média não está absolutamente em conexão
com o pensamento filosófico medieval; o próprio Tomás de Aquino
julgava logicamente que a filosofia podia ser uma só, em adequação
à realidade, ao passo que admitia a possibilidade de uma ciência
natural diversa daquela do seu tempo. Além disso, se, de fato, a
escolástica pós-tomista, decadente, alimentou suspeitas e combateu
longamente contra a nascente ciência moderna, a favor da velha
ciência natural aristotélica, a nova escolástica, isto é, o novo
tomismo, não teve dificuldade alguma em aceitar toda a ciência
natural moderna, e, como tal, porquanto esta representa um valor
infra-filosófico, e, como tal, indiferente à filosofia, à
metafísica.
O valor
da ciência moderna não é teorético, especulativo, metafísico,
mas empírico e técnico. Tal era também o pensamento do grande
fundador da ciência moderna, Galileu Galilei, que afirmava ser o
objeto da ciência não as essências metafísicas das coisas, e sim
os fenômenos naturais, experimentalmente provados e matematicamente
conexos. E destes conhecimentos experimentais e matemáticos de
fenômenos naturais derivava ele as primeiras grandes aplicações
técnicas da ciência moderna. Aplicações técnicas que possuem
também um valor espiritual, o do domínio natural do homem sobre a
natureza: contanto que o homem reconheça, naturalmente, acima de si
e de tudo, Deus.
O que
dissemos da ciência, podemos dizê-lo analogamente da história. A
historiografia medieval é, sem dúvida, insuficiente, ingênua,
descuidada, pois, era escasso na mentalidade medieval o senso da
concretidade e da individualidade, sem o qual não é possível a
história verdadeira e própria. Mas a concepção medieval da
história, que é a cristã e já teve a sua expressão clássica na
Cidade de Deus de Agostinho é perfeitamente conciliável com a
indagação histórica moderna, devendo esta última fornecer à
primeira a sua rica contribuição de fatos, o seu profundo senso
histórico, o seu interesse pela concretidade.
Costuma-se
inculpar a civilização medieval por ter aniquilado o estado
nacional concreto, orgânico, para construir uma unidade política
grandiosa, mas abstrata, uma utopia universalista, como o Sacro
Império Romano. No entanto, isto não foi senão uma expressão
exterior daquela estrutura profunda que se chama a cristandade:
equivalente civil da igreja católica, capaz de abraçar os mais
diversos organismos políticos. Nem se deve esquecer que precisamente
na comuna medieval se encontra a primeira origem do estado moderno,
interiormente organizado e politicamente soberano. E é na Idade
Média que se formam as grandes nações modernas. Noutras palavras,
é na Idade Média que se formou o Estado distinto da Igreja, mas não
leigo, imanentista, ateu, bem como o laicado distinto do clero e
organizado civilmente em graus de corporações, mas cristão,
católico, romano.
Poder-se-ia
fazer notar que tal efetiva distinção e relativa autonomia do
Estado (e do laicado) com respeito à Igreja (e ao clero) foram
alcançadas através de uma longa luta contra o predomínio e a
invasão destes últimos. Mas cumpre ter presente que, na alta Idade
Média, no período bárbaro, nos séculos de ferro, a igreja romana
e o clero católico desempenharam funções também leigas e
profanas, como, por exemplo, a instrução cultural, a assistência
hospitalar, e até a agricultura, a indústria, o comércio, as
comunicações etc., pelo fato de que ninguém estava em condições
de fazê-lo.
E é
devido a isso que a civilização não pereceu, e foi conservada para
a idade moderna. Aliás, a Igreja católica estava apta e disposta -
a prescindir-se das intenções dos homens e de suas fraquezas fatais
- a livrar-se desses cuidados estranhos gravosos e perigosos para o
seu ministério transcendente e sobrenatural, quando os homens e os
tempos estivessem maduros. Basta lembrar, a este respeito, a atitude
da Igreja, praticamente liberal, compreensiva e ativa com respeito ao
Estado, desde os comunas medievais até as grandes monarquias
européias do século XVII e ainda além.
Os
Precedentes do Pensamento Moderno
Dada a
ruptura lógica entre o pensamento tradicional, teísta, e o
pensamento moderno, imanentista, não se podem achar causas racionais
dessa mudança, mas apenas práticas e morais. Em seguida virá a
justificação teórica da nova atitude espiritual, que será
constituída por todo o pensamento moderno em seu desenvolvimento
lógico.
O
grandioso edifício ideal da Idade Média, em que a religião e
civilização, teologia e filosofia, Igreja e Estado, clero e
laicado, estavam harmonizados na transcendente unidade cristã, foi,
de fato, destruído pelo humanismo imanentista, que constitui o
espírito característico do pensamento moderno. Este pensamento
começa com a prevalência dada aos interesses e aos ideais materiais
e terrenos, com o conseqüente esquecimento dos interesses e ideais
espirituais e religiosos; e torna-se completo com a justificação
dos primeiros e a exclusão dos segundos. É precisamente o que
acontece com os homens inteiramente entregues aos cuidados mundanos:
primeiro se esquecem das coisas transcendentes, e, em seguida,
querendo ser coerentes, negam-nas.
Entretanto,
se não há causas lógicas do pensamento moderno, há, porém,
precedentes especulativos, que, valorizados pela nova atitude
espiritual, se tornarão fontes especulativas do próprio pensamento
moderno. Tais precedentes especulativos podem ser resumidos desta
forma: o panteísmo neoplatônico, o aristotelismo averroísta e o
nominalismo ocamista, os quais se foram afirmando contemporaneamente
a uma gradual decadência do genuíno pensamento escolástico
(racional, teísta, cristão), especialmente tomista, com que se acha
em oposição. E tal decadência cultural é acompanhada, por sua
vez, pela decadência da Igreja e do Papado - o exílio avinhonês e
o cisma do ocidente.
O
panteísmo neoplatônico teve a sua primeira grande manifestação,
no âmbito do cristianismo, com Scotu Erígena. Tentará afirmar-se
de novo na própria época de Tomás de Aquino com Mestre Eckart, o
iniciador da mística alemã. E receberá uma nova original
elaboração do Humanismo com Nicolau de Cusa, que não pouco deve
aos precedentes; e, sobretudo, com Giordano Bruno, o maior pensador
da Renascença, o qual depende, por sua vez, de Nicolau de Cusa. O
averroísmo latino afirmara na Idade Média a sua famosa doutrina das
duas verdades: o que não é verdadeiro em filosofia pode ser
verdadeiro em religião e vice-versa.
Em uma
idade cristã, como a Idade Média, a afirmação religiosa podia ter
a prevalência sobre a negação filosófica; obscurecendo-se a fé,
como na Renascença, devia prevalecer uma concepção anti-cristã,
aristotélica ou não. O ocamismo marca a conclusão lógica da
decadente escolástica pós-tomista, apesar de seus partidários se
comprazerem em denominá-la via modernorum. E, ao mesmo
tempo, apresenta um elemento fundamental da filosofia moderna com o
seu empirismo e nominalismo. Nicolau de Cusa, Telésio, Bruno,
Campanella serão também herdeiros do nominalismo empirista de
Ochkam, que se combina, nos sistemas deles, com uma metafísica
aventurosa de cunho particularmente neoplatônico.
Como é
sabido, segundo Ochkam, o conhecimento humano é reduzido ao
conhecimento sensível do singular e, portanto, ao nominalismo.
Conseqüência lógica e consciente é a destruição da metafísica,
que transcende o mundo empírico, sensível, bem como da ciência,
que é entretecida de conceitos, impossíveis de nominalismo, de
sorte que se esvai da teodicéia, porquanto não se pode provar
racionalmente a existência de Deus, nem conhecer a sua natureza; e a
psicologia racional, pelo mesmo motivo. E, conseqüentemente,
torna-se impossível a ética racional, porque - sendo desconhecida a
essência de Deus e destruída a do homem - a moral fica reduzida a
um conjunto de preceitos arbitrários de Deus, que o homem tem que
observar por fé. Ochkam procurará salvar-se do ceticismo -
conclusão do seu sistema, com todas as conseqüências práticas -
mediante a fé.
Entretanto
é uma posição insustentável, porquanto a fé - não podendo mais
ser um racional obséquio - torna-se uma adesão cega. Em época de
religiosidade ainda viva, esse fideísmo ocamista pôde praticamente
ficar de pé. Mas ruirá quando a fé vier a faltar deixando o
terreno livre ao empirismo, ao naturalismo, ao nominalismo, ao
ceticismo, imanentes ao ocamismo, e que constituirão tão grande
parte do pensamento da Renascença, da Reforma e também do
pensamento posterior.
Os
Períodos do Pensamento Moderno
Este
grande movimento especulativo, que é o pensamento moderno,
naturalmente não se manifesta na sua significação imanentista
senão na plenitude do seu desenvolvimento. Portanto, manifesta-se
através de uma série de períodos, que se podem historicamente (e
dialeticamente) indicar assim:
1.
Antes de tudo a Renascença, em que a concepção imanentista,
humanista ou naturalista, é potentemente afirmada e vivida.
Trata-se, porém, de uma afirmação ainda não plenamente consciente
e sistemática, em que o novo é misturado com o velho. Este, muitas
vezes, prevalece ao menos na exterioridade da forma lógica e
literária. A Renascença é preparada pelo Humanismo, e tem como seu
equivalente religioso a reforma protestante.
2. A
este primeiro período do pensamento moderno, que, substancialmente,
abrange os séculos XV e XVI, se seguem o racionalismo e o empirismo,
que abrangem os séculos XVII e XVIII. Após a revolução
renascentista e protestante, sente-se a necessidade de uma séria
indagação crítica, não para demolir aquelas intuições
revolucionárias, mas, ao contrário, para dar-lhes uma
sistematização lógica. É o que fará especialmente o racionalismo
em relação ao conhecimento racional.
3.
E outro tanto fará e empirismo em relação ao conhecimento
sensível. Empirismo e racionalismo são tendências especulativas,
gnosiológicas, opostas entre si, como a gnosiologia sexista está
certamente em oposição à gnosiologia intelectualista. Entretanto,
concordam em um comum fenomenismo, pois, em ambos, o sujeito é
isolado do ser e fechado no mundo das suas representações. Não se
conhecem as coisas e sim o nosso conhecimento das coisas.
4.
Empirismo e racionalismo, após uma lenta, gradual e silenciosa
maturação, encontrarão uma saída prática, social, política,
moral, religiosa no iluminismo e, portanto, na revolução francesa
(Segunda metade do século XVIII); esta representa a concreta
realização do pensamento moderno na civilização moderna. Esse
movimento começa na Inglaterra, triunfa na França e se espalha, em
seguida, na Alemanha e na Itália.
Referências Bibliográficas:
DURANT, Will. História da Filosofia - A Vida e as Idéias dos
Grandes Filósofos, São Paulo, Editora Nacional, 1.ª edição,
1926.
FRANCA S. J. Padre Leonel, Noções de História
da Filosofia.
PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís. História
da Filosofia, Edições Melhoramentos, São Paulo, 10.ª edição,
1974.
VERGEZ, André e HUISMAN, Denis. História da
Filosofia Ilustrada pelos Textos, Freitas Bastos, Rio de Janeiro, 4.ª
edição, 1980.
JAEGER, Werner. Paidéia - A Formação do
Homem Grego, Martins Fontes, São Paulo, 3ª edição, 1995.
Texto
Produzido Por Rosana Madjarof - 1998 - Respeite os Direitos Autorais
- Buscando o conhecimento como ideal de vida.
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