Amor platônico,
amor idealizado
"Ainda
agirmos como se os afetos e o corpo não tivessem
nada a
ver um com o outro"
"Você já
ouviu a expressão “amor platônico”?
No livro “O
Banquete”, Platão escreveu sobre os vários graus do desejo
humano, do mais sensual ao mais espiritual. Ele descrevia formas
diferentes do desejo amoroso. Afirmava que o mais verdadeiro era o
desejo da alma e não do corpo. Para ele, a alma era parte do homem
voltada ao eterno, enquanto tudo o que se refere ao corpo, era
finito. Assim, o verdadeiro é o eterno, o que morre o finito, é
menos importante.
Por vezes,
essas afirmações de Platão são interpretadas como desvalorização
do corpo diante da alma. Elas são também, associadas a certas
ideias cristãs, por exemplo, a ideia de que a vida verdadeira é a
do espirito e não do corpo. Quando assim tomadas, elas apresentam-se
como negação da sexualidade e enquanto uma dimensão fundamental do
homem.
Ainda hoje essa
oposição permanece sendo importante em nossa cultura. Separamos
alma e corpo, sexo e amor. Parece que amigos como se os afetos e o
corpo não tivessem nada a ver um com o outro. Ou então “que só
tem sentido fazer sexo como forma de um ‘amor idealizado”, único
e eterno. Será que a separação ou a junção idealizada entre o
corpo e alma são os únicos modos de pensar e viver a sexualidade
humana?
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